Por Juçara Cezario e Mayara Cezario | coluna Elas fazem acontecer!
Nos bastidores das disputas familiares que chegam ao Judiciário, existem histórias que muitas vezes não cabem nas petições, nas provas ou nos depoimentos. São dores silenciosas, vividas sobretudo por mulheres e crianças que, mesmo diante da lei, permanecem invisíveis.
A atuação do psicólogo jurídico nesse contexto vai muito além da técnica — exige ética, sensibilidade e escuta profunda.
“Somos chamados a escutar o que não foi dito, a observar o que não está documentado e a captar o que se manifesta de forma indireta — nos silêncios, nos sintomas, nos afetos deslocados”, explica a psicóloga Liara Theodoro, que atua como perita nas varas Cível e Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás.
Especialista em Psicologia da Família, em Teorias da Psicanálise, e atualmente em formação em Neuropsicologia e Psicologia Jurídica, Liara tem se dedicado a casos que envolvem violência doméstica, alienação parental, disputas de guarda e escuta de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
“Em muitos casos, o sofrimento psíquico não está nomeado nos autos, mas aparece nos desenhos das crianças, nos relatos fragmentados dos genitores, nos testes psicológicos ou na rigidez emocional de quem já está em modo de sobrevivência.” – afirma a especialista.
A perícia psicológica, nesse cenário, torna-se uma ferramenta para a construção da verdade psíquica — e não apenas para confirmar versões. O psicólogo jurídico precisa sustentar uma escuta neutra e técnica, sem se perder na lógica acusatória do processo judicial, mas também sem neutralizar o sofrimento real que atravessa essas famílias.
“Nossa missão não é dar sentenças, mas trazer à luz o que foi silenciado e oferecer subsídios éticos e técnicos para que a Justiça se aproxime da verdade subjetiva dos envolvidos.” – Liara Theodoro
Nos labirintos da Justiça, onde as palavras muitas vezes faltam e os laudos tentam dar conta do indizível, o trabalho do psicólogo jurídico emerge como uma ponte entre o silêncio e a escuta, entre o invisível e o que precisa ser revelado.
Porque antes de serem processos, são pessoas.
Antes de serem provas, são histórias.
E antes de qualquer sentença, há vidas que pedem para ser compreendidas.
É nesse espaço delicado — entre o técnico e o humano — que profissionais como Liara Theodoro atuam, não para julgar, mas para iluminar.
Conheça mais sobre Liara Theodoro em:
@liaratheodoro_psi
Liara também realiza atendimentos clínicos — individuais e de casal — e atua na formação e orientação de profissionais da psicologia que desejam ingressar na área jurídica.