Grupo que movimentou R$ 80 milhões com anabolizantes ilegais tem 14 presos no Rio de Janeiro

tribunadatarde
3 Min Read

Quatorze pessoas foram presas nesta terça-feira (14) durante a Operação Kairos, realizada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Estado (MPRJ), contra a fabricação e comercialização de anabolizantes clandestinos. As investigações apontaram que os produtos, vendidos sem registro na Anvisa, continham substâncias tóxicas, como repelentes de insetos, oferecendo riscos graves à saúde humana.

Entre os alvos da operação estava Miguel Barbosa de Souza Costa Júnior, conhecido como “Boss”, apontado como líder da organização criminosa. Ele foi preso em uma casa de luxo em São Gonçalo, onde placas com mensagens ameaçadoras decoravam o muro. As marcas clandestinas, como Next, Thunder Group, Venon e Pharma Bulls, patrocinavam eventos de fisiculturismo e atletas profissionais para impulsionar as vendas.

A operação, fruto de uma investigação que durou seis meses, revelou uma movimentação financeira de R$ 80 milhões pelo grupo criminoso. Os produtos eram anunciados em plataformas online e redes sociais, sendo enviados para 26 estados brasileiros.

Além das prisões, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão no RJ e no DF e expedidos oito mandados de medidas cautelares diversas da prisão. Segundo o delegado Luiz Henrique Marques, o grupo é possivelmente o maior do país na revenda de anabolizantes clandestinos e também empregava influenciadores digitais, que recebiam R$ 10 mil para divulgar os produtos.

O esquema utilizava áreas controladas pelo tráfico para dificultar as investigações. A parceria entre a polícia e os Correios foi essencial para o desmantelamento da operação, que identificou o envio diário de grandes quantidades de substâncias ilícitas. Durante as investigações, mais de 2 mil substâncias ilegais foram apreendidas, gerando um prejuízo de R$ 500 mil ao grupo.

Os produtos eram vendidos a preços significativamente inferiores aos de farmácias regulamentadas, que comercializam substâncias legais apenas com receita médica. Enquanto um miligrama de hormônio autorizado custa, em média, R$ 50, as mesmas substâncias eram ofertadas no mercado ilegal por apenas R$ 18.

A ação destacou ainda a proibição do Conselho Federal de Medicina (CFM), em vigor desde abril de 2023, que veda o uso de terapias hormonais para fins estéticos ou de desempenho esportivo. As investigações continuam, com foco em influenciadores, revendedores e outros envolvidos na operação ilegal.

 

 

Share This Article