CPI do INSS aprova acareação com Careca do INSS e prisão de cinco pessoas

tribunadatarde
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CPI do INSS aprova acareação entre o “Careca do INSS” e o advogado Eli Cohen, além de cinco pedidos de prisão, em meio a denúncias de um esquema bilionário de fraudes e favorecimentos políticos.

Brasília — Nesta quinta-feira (6), a CPI do INSS aprovou a acareação entre o Careca e o advogado Eli Cohen, além de cinco pedidos de prisão de figuras diretamente ligadas ao suposto esquema. Entre os alvos estão dirigentes de entidades como a Amar Brasil, o Instituto Terra e Trabalho (ITT) e a Conamap, além de empresários e intermediários suspeitos de operar o desvio de recursos oriundos de contribuições indevidas sobre benefícios previdenciários.

Durante seu depoimento, o “Careca do INSS” tentou se desvincular da imagem de operador do esquema, alegando ser vítima de uma armação criada por Cohen. “Esse apelido foi um rótulo inventado por ele, que tentou me extorquir mais de uma vez”, afirmou Antunes. A CPI, contudo, vê com desconfiança essa narrativa. O relator Paulo Pimenta (PT-RS) lembrou que há “graves contradições” entre os depoimentos e que o “Careca” foi citado repetidas vezes em investigações da Polícia Federal como peça-chave de um núcleo de corrupção dentro do sistema previdenciário.

As investigações indicam que o esquema fraudulento movimentou milhões de reais em descontos indevidos aplicados diretamente nas aposentadorias de trabalhadores rurais e urbanos, sem autorização dos beneficiários. Parte desse dinheiro teria sido repassada para ex-assessores de políticos do PCdoB na Bahia.

A Fetag-BA (Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado da Bahia), agora alvo direto da CPI, teria transferido R$ 2,7 milhões entre 2021 e 2025 para 21 beneficiários, muitos deles com ligações políticas e partidárias.

A base governista tenta, a todo custo, conter os danos políticos. O próprio líder do governo na CPI, Paulo Pimenta, foi autor de vários requerimentos de quebra de sigilo. Mas o caso tem potencial explosivo: há nomes ligados a partidos da base de Lula mencionados nas investigações, além de entidades que receberam repasses milionários sem transparência.

A oitiva do ex-ministro da Previdência Onyx Lorenzoni promete acirrar ainda mais os ânimos. Parlamentares governistas querem saber sobre contratos advocatícios envolvendo o filho do ex-ministro com associações sob suspeita, e relações financeiras com doadores de campanha que mantinham negócios com entidades investigadas.

Enquanto isso, milhões de brasileiros que dependem de seus benefícios continuam sofrendo com descontos, filas intermináveis e um sistema corrompido. A CPI promete chegar “aos nomes por trás dos nomes”, mas o histórico de impunidade nas investigações do INSS faz pairar uma dúvida inevitável: haverá, de fato, responsabilização ou tudo acabará em pizza?

Foto: Lula Marques – Agência Brasil

Por Marcos Soares
Jornalista – Analista Político                                                                                                                                   instagram.com/@marcossoaresrj    |  instagram.com/@falageralnasruas

 

  

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